Mas infelizmente é paga, só está no aplicativo "Netflix"
Meio que de curiosidade e sem expectativas, fui "zapear" pelo cardápio de enlatados oferecidos pelo aplicativo "Netflix". Em uma de minhas andanças, achei a série "Merlí". Trata-se da história de um professor de filosofia (Merlí), que "pensa fora da caixa" e tem métodos inovadores ao ensinar e proferir suas aulas, e seu relacionamento com os alunos, os chamados "peripatéticos" (assista e entenda o porquê) que frequentam a Angel Guimera, escola pública que carece de alguns investimentos para tornar-se ideal.
A série é espanhola e a saga dos personagens tem como cenário Barcelona, cidade (eles chamam de província) situada no estado de Catalunha, região que de vez em quando ganha os holofotes da mídia por haver manifestações a favor de uma separação: há tempos, tentam emancipar Catalunha, para que seja um país independente da Espanha. Até agora, o que conseguiram foi o "status" de nacionalidade, inclusive com idioma próprio, o catalão - reconhecimentos culturais. Porém, na prática...
De início, achei que "Merlí" teria enredo e desenrolar bastantes parecidos com "Malhação", da TV Globo. "Malhação", porém, não chega nem aos pés. A obra espanhola (ou catalã, como queira) é superior em muitos aspectos, com destaque aos debates sobre temas importantes e em alta entre os jovens, tais quais sexo, drogas, política e etc. Merlí, o mestre, é um cara um tanto contraditório em tudo que faz; é politicamente incorreto, às vezes machista, mas ainda assim, serve de inspiração - tem que assistir para compreender.
Em resumo, "Merlí" me fez refletir sobre muitos aspectos da vida e da profissão, sem contar gozar das aulas de filosofia com o toque Merlí de ser. A série é dividida em três temporadas e cada episódio dura cerca de 50min.
Mais uma vez, fico frustrado por não termos na televisão aberta brasileira obras como esta, que discute temas importantes com maturidade e responsabilidade, e ainda nos faz refletir e aprender o verdadeiro sentido de cidadania.
Indico a todos. Aos professores: quase que obrigatório, têm que assistir.