top of page
  • Foto do escritorRodrigo Trindade

'Meu pet': Médico veterinário dá dicas para evitar doenças mortais em cães e gatos

Atualizado: 17 de jan.

Portal WTB News traz todas as informações sobre cuidados e vacinas importantes.

Cães e gatos precisam de cuidados, desde o nascimento até a fase adulta. Imagens: Canva. Arte: Portal WTB News
Cães e gatos precisam de cuidados, desde o nascimento até a fase adulta. Imagens: Canva. Arte: Portal WTB News

A composição básica da família brasileira mudou com o passar do tempo. Atualmente, não se conta só com os humanos papais, mamães e filhos. Por muitos motivos nobres, o porta-retrato familiar parece ter ganhado mais um membro: geralmente, o "intruso" tem o focinho gelado e abana o rabo. Que os gatos não fiquem com ciúme: bichanos também têm vez na foto. Até mesmo, outros animais, considerados exóticos e nem tão domésticos assim.

Cães e gatos ocupam a preferência e o lugar na foto

As duas preferências nacionais, porém, são cães e gatos. Uma pesquisa de 2013 e publicada em 2015 (a mais recente divulgada até o momento) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontou que 44,3% dos domicílios do Brasil têm ao menos um cachorro: são 28 milhões e 900 mil lares em que estes animais são "bem-vindos". É uma população estimada em 52 milhões e 200 mil cães, distribuídos por estes lares.

Preferência das famílias é por cães e gatos. Imagens: Canva. Arte: Portal WTB News
Preferência das famílias é por cães e gatos. Imagens: Canva. Arte: Portal WTB News

Quanto aos gatos, os dados afirmam que 17,7% dos lares têm pelo menos um bichano, o que equivale a 11 milhões e 500 mil domicílios. São estimados 22 milhões e 100 mil gatos em tais locais.

A responsabilidade em manter o bem-estar animal é do dono e de ninguém mais

É fato que atualmente as pessoas têm buscado mais informações, em prol do bem-estar animal. Há aqueles que já estão acostumados a adotar/acolher cães e gatos e há, também, os "marinheiros de primeira viagem", que buscam aprender a melhor forma de cuidar dos bichos.


Pensando tanto nos "veteranos" quanto nos "calouros", e abraçando a causa nobre pelo bem-estar de todos os animais, sobretudo os domésticos, a equipe do Portal WTB News conversou com um veterinário experiente. Dr. Antonio Barboza deu dicas importantes para a saúde de cães e gatos, inclusive os cuidados que os donos devem ter desde filhotes até a fase adulta. Afinal, a responsabilidade em manter o bem-estar animal é do dono. Confira a entrevista:

AO ACOLHER UM CÃO OU GATO

Ao acolher um cão ou gato, seja filhote ou não, os primeiros cuidados sempre devem ser para garantir a saúde do animal e dos demais que conviverão com ele, inclusive os donos. Para isto, devemos levá-lo imediatamente para uma avaliação física e laboratorial com um médico veterinário, para conhecer mais sobre o organismo e identificar ou descartar possíveis doenças pré-existentes, inclusive algumas que podem matar. E providenciar as vacinas mais importantes e as complementares, as quais o médico veterinário poderá receitar ou não.

CASTRAÇÃO EVITA DOENÇAS COMO CÂNCER

A castração é uma solução importante para que, no futuro, animais não venham a ter doenças sérias, inclusive o câncer. Em machos, por exemplo, é comum o câncer de próstata em animais não castrados. Nas fêmeas, pode aparecer câncer de mama. Ambos podem levar à morte. O ideal é a castração quando o cão ou gato ainda for jovem, mas sempre orientado por um médico veterinário. Ele fará todos os exames e providenciará o procedimento.

VACINAS INDISPENSÁVEIS

Como vacinas indispensáveis para cães, temos: 1) A imunização contra a raiva ("Antirrábica"), sendo de aplicação anual. 2) Temos também a "Décupla" (V10), também anual e que compreende a imunização contra 10 patógenos (doenças) de suma importância para a saúde do pet, inclusive cinomose e doenças causadas por ratos.


No que diz respeito aos gatos, temos: 1) Também a imunização contra a raiva ("Antirrábica"), sendo de aplicação anual. 2) A "Quádrupla" felina e "Quíntupla" felina, também anuais; a escolha a respeito de qual imunização será realizada depende da avaliação do médico veterinário e da "anamnese" (exame) realizada junto com os donos. É bom destacar que, mesmo filhotes, cães e gatos devem ser vacinados.

VACINAS COMPLEMENTARES PODEM SER RECEITADAS

O protocolo vacinal é definido após avaliação física e laboratorial do paciente e, como é realizada com objetivo de imunização, é necessário ter um sistema imunológico apto para responder ao estímulo antigênico. Temos tanto as vacinas indispensáveis quanto opcionais, cada uma tem um protocolo distinto de administração, dependendo da avaliação do médico veterinário. No caso dos cães, há as adicionais como: 1) "Giárdia", 2) "Tosse dos Canis" (que previne contra a gripe canina) e 3) "Leishmaniose". No caso dos felinos, a orientação fica mesmo por conta da "Quádrupla" ou "Quíntupla" felina e a "Antirrábica".

REMÉDIOS CONTRA VERMES, INCLUSIVE DO CORAÇÃO

Orientamos a vermifugação a cada 4 ou 6 meses em animais adultos; em filhotes, ela é realizada com maior periodicidade, iniciando aos 15 dias de vida (Geralmente, é orientado administrar medicação em comprimido, via oral). Quanto ao verme do coração, podemos ter tanto a proteção mensal quanto anual, necessitando de avaliação do médico veterinário para definir qual será o melhor protocolo a ser adotado (a mensal é via oral, com comprimido; a anual, é por injeção).

EVITANDO PULGAS E CARRAPATOS

A prevenção deve ser realizada tanto no cuidado com o animal quanto com o ambiente, uma vez que grande parte dos ectoparasitas ficam no ambiente. A proteção pode ser realizada mensalmente ou até mesmo trimestralmente, devendo cada caso ser avaliado pelo médico veterinário, para que o melhor protocolo seja adotado.

EVITANDO DOENÇAS MORTAIS COMO CINOMOSE E PNEUMONIA

A cinomose é uma doença viral que possui diferentes apresentações, podendo ser inicialmente de acometimento respiratório, gastrointestinal e/ou oftálmico, podendo evoluir para um quadro neurológico de difícil reversão. Desta forma, devemos ficar atentos aos sinais clínicos apresentados pelos animais, incluindo sinais iniciais como inapetência (falta de apetite) e prostração (fraqueza). Associado à avaliação clínica, temos o auxílio dos exames laboratoriais, que inclui testes sorológicos a serem realizados para confirmar ou não o diagnóstico da doença.


Para evitar que o animal pegue doenças sérias, inclusive as que poderão levar à morte, é importante realizar um protocolo vacinal conforme orientação do veterinário. Expor um animal sem vacinação na rua, por exemplo, é um grande risco de contração de doenças como cinomose e pneumonia. Pode pegar do ambiente ou de outros animais doentes. Por isso, é importante imunizar cães e gatos de acordo com cada caso e em cima do protocolo de vacinas que comentei anteriormente.

ANIMAIS JÁ COM A DOENÇA CINOMOSE

O primeiro passo é levar para uma avaliação clínica, pois quanto mais cedo identificarmos melhor será a resposta ao tratamento, uma vez que a medicina preventiva é diretamente associada a sobrevida dos nossos animais. Caso o animal já esteja diagnosticado, é de suma importância o acompanhamento clínico rotineiro para observar a evolução do tratamento e a correta realização dos protocolos orientados pelo médico veterinário. Dependendo do estado da doença, o quadro pode ser revertido e o animal sobreviver.

FAZER "CHECK UP" ANUALMENTE PARA SABER SE TUDO VAI BEM

A medicina preventiva está diretamente correlacionada com a qualidade de vida do seu pet e consiste na identificação precoce de doenças e acompanhamento da evolução clínica do paciente ao longo da vida. Temos inúmeros exames que podem ser realizados rotineiramente, devendo ser selecionados após uma avaliação clínica pelo médico veterinário. Sendo ideal realizar anualmente uma avaliação geral do animal, mesmo nos que são hígidos (saudáveis) e jovens e nos que já possuem patologias (doenças pré-existentes), de acordo com o critério do médico veterinário responsável.

Dr. Antonio Barboza. Foto: Acervo Pessoal
Dr. Antonio Barboza. Foto: Acervo Pessoal

Dr. Antonio Barboza é médico veterinário formado pela Universidade Federal Fluminense (UFF). Atua como clínico geral e faz parte do corpo médico do Instituto de Especialidades em Medicina Veterinária (Iemev) em Botafogo, Zona Sul da Cidade do Rio de Janeiro.

bottom of page