Apresentações devem começar às 21h30. Veja a ordem dos desfiles e os enredos.
Logo após a passagem das 13 escolas de samba da Série A, sexta e sábado, uma nova maratona agitará o domingo e segunda: é a vez das grandes agremiações desfilarem pelo Grupo Especial.
As apresentações na Marquês de Sapucaí devem começar por volta das 21h30, nos dois dias de desfiles. Há uma diversidade de temas, que vão de homenagens a personalidades, a lugares, e até mesmo súplicas e clamor da fé.
Confira as escolas que desfilam domingo e segunda, pelo Grupo Especial, no Sambódromo do Rio:
Ordem dos desfiles
Domingo, 3 de março
1- Império Serrano (Madureira, Rio)
Enredo: "O que é, o que é?"
Carnavalesco: Paulo Menezes
Letra do samba:
(Compositor: Gonzaguinha)
Viver
E não ter a vergonha de ser feliz
Cantar, e cantar, e cantar
A beleza de ser um eterno aprendiz
Ah, meu Deus!
Eu sei
Que a vida devia ser bem melhor e será
Mas isso não impede que eu repita
É bonita, é bonita e é bonita
E a vida
E a vida, o que é?
Diga lá, meu irmão
Ela é a batida de um coração
Ela é uma doce ilusão
Mas e a vida
Ela é maravilha ou é sofrimento?
Ela é alegria ou lamento?
O que é, o que é?
Meu irmão
Há quem fale que a vida da gente
É um nada no mundo
É uma gota, é um tempo
Que nem dá um segundo
Há quem fale que é um divino mistério profundo
É o sopro do criador numa atitude repleta de amor
Você diz que é luta e prazer
Ele diz que a vida é viver
Ela diz que melhor é morrer
Pois amada não é
E o verbo é sofrer
Eu só sei que confio na moça
E na moça eu ponho a força da fé
Somos nós que fazemos a vida
Como der, ou puder, ou quiser
Sempre desejada, por mais que esteja errada
Ninguém quer a morte, só saúde e sorte
E a pergunta roda, e a cabeça agita
Fico com a pureza da resposta das crianças
É a vida, é bonita e é bonita
2- Viradouro (Niterói, RJ)
Enredo: "Viraviradouro"
Carnavalesco: Paulo Barros
Letra do samba:
(Compositores: Bebeto Maneiro / Carlinhos Viradouro / Jr. Filhão / Ludson Areia / Raphael Richaid / Renan Gemeo / Ricardo Neves / Thiago Carvalhal)
Quem me viu chorar, vai me ver sorrir
Pode acreditar, o amor está aqui
Viraviradouro iluminou
O brilho no olhar voltou
Se tem magia, encanto no ar
Eu vou viajar ouvindo histórias
De um livro secreto, mistérios sem fim
Vovó desperta a infância em mim
Em cada verso sou mais um menino
Que muda a sorte e sela o destino
Lançado o feitiço pra vida virar
Pro bem ou pro mal é carnaval
E na fantasia a minha alegria é um sonho real
No reino da ilusão o amor seduz o vilão
Num conto de fadas, a felicidade
Invade o meu coração pra cantar
Deixando a tristeza do lado de lá
E quem ousou desafiar a ira divina
Vagou no mar
Cego pela sede da ambição
Carregando a sina dessa maldição
Seres da sombria madrugada
O medo caminhou na escuridão
Mas a coragem que me faz lutar
É a esperança, razão de sonhar
Imaginar e renascer no sol de cada amanhecer
Das cinzas voltar
Nas cinzas vencer
3- Grande Rio (Duque de Caxias, RJ)
Enredo: "Quem Nunca? Que Atire a Primeira Pedra"
Carnavalesco: Renato Lage
Letra do samba:
(Compositores: Moacyr Luz / Licinho Júnior / G. Martins / Elias Bililico / Cláudio Russo / André Diniz)
Quem nunca sorriu da desgraça alheia?
Quem nunca chorou de barriga cheia?
Eu sou Caxias de tantos carnavais
Falam de mim, eu falo de paz
Tá errado, não importa quem errou
O pecado e o pecador
Sempre estão do mesmo lado
Tá errado, sem lição nem professor
Se o espinho fere a flor
O amor é maculado
No jeitinho que impera nessas bandas
É mais fácil o mau caminho pra jogar no tabuleiro
Na verdade do espelho
Quando a razão desanda
Vai seguindo em desalinho
Mesmo com o sinal vermelho
Atire a primeira pedra aquele que não erra
Quem nunca se arrependeu do que fez
Na vida todo mundo escorrega
Melhor se machucar só uma vez
Cardume de garrafas pelo mar
Nem tarrafa nem puça alimentam o pescador
E a cisma de atender o celular
Pra curtir, compartilhar
Zombar do perigo, largar o amigo, perder o pudor
Quem aí tá podendo julgar?
Não consegue ouvir outra voz
Cada um foi pensando em si
Olha o que fizemos de nós
Então pegue seu filho nas mãos
Educar é um desafio
Se errei peço perdão
Renasce a Grande Rio
4- Salgueiro (Tijuca, Rio)
Enredo: "Xangô"
Carnavalesco: Alex de Souza
Letra do samba:
(Compositores: Dema Chagas / Vanderlei Sena / Renato Galante / Marcelo Motta / Leonnardo Gallo / Getúlio Coelho / Fred Camacho / Francisco Aquino)
Olori Xango eieô
Olori Xango eieô
Kabesilé, meu padroeiro
Traz a vitória pro meu Salgueiro
Vai trovejar!
Abram caminhos pro grande Obá
É força, é poder, o Aláàfin de Oyó
Oba Ko so! Ao rei maior
É pedra quando a justiça pesa
O Alujá carrega a fúria do tambor
No vento, a sedução (Oyá)
O verdadeiro amor (Oraiêiêô)
E no sacrifício de Obà (Obà Xi Obà)
Lá vem Salgueiro!
Mora na pedreira, é a lei da Terra
Vem de Aruanda pra vencer a guerra
Eis o justiceiro da Nação Nagô
Samba corre gira, gira pra Xangô
Rito sagrado, ariaxé
Na igreja ou no candomblé
A bênção, meu Orixá!
É água pra benzer, fogueira pra queimar
Com seu oxê, chama pra purificar
Bahia, meus olhos ainda estão brilhando
Hoje marejados de saudade
Incorporados de felicidade
Fogo no gongá, salve o meu protetor
Canta pra saudar, Opanixé kaô!
Machado desce e o terreiro treme
Ojuobá! Quem não deve não teme
5- Beija-Flor (Nilópolis, RJ)
Enredo: "Quem Não Viu Vai Ver… As Fábulas do Beija-Flor"
Carnavalesco: Comissão de Carnaval
Letra do samba:
(Compositores: Serginho Aguiar / Rogério Coutinho / Márcio França / Kirraizinho / Kaká Kalmão / Julio Assis / Jorge Ayla / Fabinho Ferreira / Diogo Rosa / Diego Oliveira / Di Menor BF / Carlinhos Ousadia)
Oh, deusa
Tem festa no meu coração
Desfilo toda gratidão
Razão do meu cantar, a luz do meu viver
O que seria de mim sem você?
Nascido feito o rei menino
Em ninho de amor e humildade
Meu pai direcionou o meu destino
Voar nas asas da felicidade
E arrisquei um voo nesse lindo azul
Um mundo encantado pude recordar
Em fábulas bordei a fantasia
Ê, saudade que mareja o meu olhar
Herdeiro dessa terra me tornei
Cantei nossos recantos, tradições
Sou eu aquele festival de prata
Que na pista arrebata tantos corações
Ô ô ô ô, axé que no sangue herdei
No meu quilombo, todo negro é rei
Abre a senzala! Abre a senzala, ô!
Nesse terreiro o samba é a voz que não cala
Abre a senzala! Abre a senzala, ô!
Nesse terreiro o samba é a voz que não cala
Cresci ouvindo acordes entre doces melodias
A bela dama retratada em poesia, e o canto de cristal
A simplicidade no amor, aquele beijo na flor
Fez mais um sonho real
Pátria amada da ganância
Eu pedi socorro pelos filhos teus
Algoz da intolerância
Mesmo proibido, fui a voz de Deus
Toda essa grandeza vem da nossa gente
Que esquece a dor e só quer sambar
É por esse amor que o meu valor me faz brilhar
Comunidade me ensinou
A ser apaixonado como eu sou, eu sou
Ontem, hoje, sempre Beija-Flor
6- Imperatriz Leopoldinense (Ramos, Rio)
Enredo: "Me Dá Um Dinheiro Aí"
Carnavalescos: Mário Monteiro e Kaká Monteiro
Letra do samba:
(Compositores: Dudu Miler / Elymar Santos / Jorge Arthur / Julinho Maestro / Maninho Do Ponto / Marcio Pessi)
Me dá, me dá, me dá me dá um dinheiro aí
Gostei da comissão, me dá meu faz-me rir
Pra investir no sonho e vestir a fantasia
Quero renda na baiana, nota 10 na bateria
A tentação seduziu a poesia
Da volta todo dia é a oferta e a demanda
Pecado capital da humanidade
Senhor da desigualdade
Sempre diz quem é que manda
O arqueiro ergueu, aquela gente oprimida e sem paz
Perdeu meu bem, pobre fortuna, nobres ideais
Midas com o seu dedo de ouro
Condenou a própria filha a viver numa prisão
Prata, pixulé, papel moeda e o homem escorrega
Mete o pé na ambição
Troca-troca ê na beira da praia
Troca-troca ê na beira da praia
Um espelho por cocar, o negocio é um pecado
Ouro no mercado negro, negro é ouro no mercado
Tempos modernos, onde vidas valem menos
Boas ações não representam dividendos
A roda gira pro mais forte, poucos tem a sorte
De virar o jogo que o destino fez
Tem pato mergulhado no dinheiro
E o povo brasileiro nada por migalhas outra vez
Se é pra poupar
O porquinho pode até ser virtual
Hashtag no infinito, com cascalho
Eu to bonito no espaço sideral
Imperatriz, sentimento não tem preço, tem valor
Eu não vendo e não empresto
O meu eterno amor
7- Unidos da Tijuca (Tijuca, Rio)
Enredo: "Cada Macaco No Seu Galho. Ó, Meu Pai, Me Dê o Pão Que Eu Não Morro de Fome!"
Carnavalescos: Comissão de Carnaval
Letra do samba:
(Compositores: Renan Filho / Marcio André / Maia / Junior Trindade / Diego Moura / Daniel Katar / Channel)
Hoje a Tijuca pede em oração
Veste a fantasia pra fazer o bem
Multiplica o sagrado pão
Amém (amém)
Meu filho
Como é lindo o amanhecer
Reflete o Sol, a criação
Um bom dia a renascer
Pelos olhos do pavão
Sou a fé na vida
Esperança da massa
Aquele que na dor te abraça
Sou eu, a verdade pra quem pede luz
Carregando a sua cruz
O alimento em comunhão
Princípio da salvação
Ouço chamar meu nome
Ouço um clamor de prece
Choro ao te ver com fome
Sou o cordeiro que a alma fortalece
Só existe um caminho (por favor)
Cada um faz seu destino (meu senhor)
As migalhas do poder que o diabo amassou
Estão dentro de você
As mãos unidas vem pedindo o perdão
Gente sofrida com a paz no coração
Dividem o pouco que tem pra comer
Dividem o pouco que tem pra comer
Ó, meu pai, o seu amor é a receita
Iluminai, que não me falte o pão na mesa
Derrame igualdade, prosperidade
As bênçãos do céu
Se Deus é por nós, escute a voz
Que vem do meu Borel
Ordem dos desfiles
Segunda, 4 de março
1- São Clemente (Botafogo, Rio)
Enredo: "E o Samba Sambou..."
Carnavalesco: Jorge Silveira
Letra do samba:
(Compositores: Chocolate / HELINHO 107 / Mais Velho / Nino)
Vejam só!
O jeito que o samba ficou e sambou
Nosso povão ficou fora da jogada
Nem lugar na arquibancada
Ele tem mais pra ficar
Abram espaço nesta pista
E por favor não insistam
Em saber quem vem aí
O mestre-sala foi parar em outra escola
Carregado por cartolas
Do poder de quem dá mais
E o puxador vendeu seu passe novamente
Quem diria, minha gente
Vejam o que o dinheiro faz
É fantástico!
Virou Hollywood isso aqui (isso aqui)
Luzes, câmeras e som
Mil artistas na Sapucaí
Mas o show tem que continuar
E muita gente ainda pode faturar
Rambo-sitores, mente artificial
Hoje o samba é dirigido com sabor comercial
Carnavalescos e destaques vaidosos
Dirigentes poderosos criam tanta confusão
E o samba vai perdendo a tradição
Que saudade
Da Praça Onze e dos grandes carnavais
Antigo reduto de bambas
Onde todos curtiram o verdadeiro samba
2- Vila Isabel (Vila Isabel, Rio)
Enredo: "Em Nome do Pai, do Filho e dos Santos, a Vila Canta a Cidade de Pedro"
Carnavalesco: Edson Pereira
Letra do samba:
(Compositores: André Diniz / Dedé Augusto / Evandro Bocão / Ivan Ribeiro / Julio Alves / Marcelo Valencia / Professor Wladimir)
Viva a princesa e o tambor que não se cala
É o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela, os herdeiros de Isabel
Vila, te empresto meu nome
Fonte de tanta nobreza
Por Deus e todos os santos
Honre a tua grandeza
E subindo, pertinho do céu
A névoa formava um véu
Lembrei de meu pai, minha fortaleza
Esculpida em pedras, pedros e coroados
Os seus guardiões, protetores de raro esplendor
Luar do imperador
Meu olhar lacrimejou
Em águas tão cristalinas
Uma cidade divina
Bordada em nobre metal, a joia imperial
Petrópolis nasce com ar de Versalhes
Adorna a imensidão
A luz assentou o dormente
Fez incandescente a imigração
No baile de cristal, o tom foi redentor
Em noite imortal, floresceu um novo dia
Liberdade, enfim, raiou
Não vi a sorte voar ao sabor do cassino
Segundo o dom que teceu o destino
Meu sangue azul no branco desse pavilhão
O morro desce em prova de amor
Encontro da gratidão
Viva a princesa e o tambor que não se cala
É o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela, os herdeiros de Isabel
Viva a princesa e o tambor que não se cala
É o canto do povo mais fiel
Ecoa meu samba no alto da serra
Na passarela, os herdeiros de Isabel
3- Portela (Madureira, Rio)
Enredo: "Na Madureira Moderníssima, Hei Sempre de Ouvir Cantar Uma Sabiá"
Carnavalesco: Rosa Magalhães
Letra do samba:
(Compositores: Jorge Do Batuke / Zé Miranda / Valtinho Botafogo / Rogério Lobo / José Carlos / D’Souza / Claudinho Oliveira / Beto Aquino / Araguaci)
Nossas estrelas no céu estão em festa
Lá vem Portela com as bênçãos de Oxalá
No canto de um Sabiá, sambando até de manhã
Sou Clara Guerreira, a filha de Ogum com Iansã
Axé, sou eu
Mestiça, morena de Angola, sou eu
No palco, no meio da rua, sou eu
Mineira, faceira, sereia a cantar, deixa serenar
Que o mar de Oswaldo Cruz a Madureira
Mareia a brasilidade do meu lugar
Nos versos de um cantador
O canto das raças a me chamar
De pé descalço no templo do samba estou
É rosa, é renda pra Águia se enfeitar
Folia, furdunço, ijexá
Na festa de Ogum beira-mar
É ponto firmado pros meus orixás, Eparrei!
Eparrei Oyá, Eparrei
Sopra o vento, me faz sonhar
Deixa o povo se emocionar
Sua filha voltou, minha mãe
Pra ver a Portela tão querida
E ficar feliz da vida
Quando a Velha Guarda passar
A negritude aguerrida em procissão
Mais uma vez deixei levar meu coração
A Paulo, meu professor
Natal, nosso guardião
Candeia que ilumina o meu caminhar
Voltei à Avenida saudosista
Pro Azul e Branco modernista eternizar
Voltei, fiz um pedido à Padroeira
Nas Cinzas desta Quarta-feira, comemorar
4- União da Ilha (Cacuia, Ilha do Governador, Rio)
Enredo: "A peleja poética entre Rachel e Alencar no avarandado do céu"
Carnavalesco: Severo Luzardo
Letra do samba:
(Compositores: Cap. Barreto / Eli Doutor / Fernando Nicola / Marcelão Da Ilha / Marco Morena / Marinho / Myngal / Roger Linhares)
Vixi Maria! A ilha a cantar
Traçando em meus versos a minha alegria
Menina rendeira me ensina a bordar
No céu emoção, no chão simpatia
O Sol
Onde aquece a inspiração é luz
Meu sonho
É vida, vento, brisa à beira mar
Ouvindo poesias de Raquel
Suspiro nas histórias de Alencar
E hoje desfolhando meu cordel
Das lendas que ouvi no Ceará
É doce, é fogo, sabor e prazer
Aroma no ar, plantar e colher
Eu moldei no barro
As recordações que vivi com você
Violeiro toca moda à luz do luar
Sanfoneiro puxa o fole e
Convida a dançar
Vou pedir a Padim Ciço
Abençoe nosso povo
Essa fé vai nos guiar
Chão rachado, meu sertão
Peço a Deus pra alumiar
Terra seca que não seca a esperança
Arretada vocação de te amar
O sal da terra segue o meu destino
Sangue nordestino sempre a me orgulhar
A natureza cantada em meus versos
Traduz a beleza desse meu lugar
Linda morena vestiu-se de amor
Teceu a vida com fios dourados
Eu de chapéu de couro e gibão
Enfeitei o meu coração
E a moda desfilou ao seu lado
5- Paraíso do Tuiuti (São Cristóvão, Rio)
Enredo: "O Salvador da Pátria"
Carnavalesco: Jack Vasconcelos
Letra do samba:
(Compositores: Anibal / Cláudio Russo / Jurandir / Moacyr Luz / Zezé)
O meu bode tem cabelo na venta
O Tuiuti me representa
Meu Paraíso escolheu o Ceará
Vou bodejar lá iá lá iá
Vendeu-se o Brasil num palanque da praça
E ao homem serviu ferro, lodo e mordaça
Vendeu-se o Brasil do sertão até o mangue
E o homem servil verteu lágrimas de sangue
Do nada um bode vindo lá do interior
Destino pobre, nordestino sonhador
Vazou da fome, retirante ao Deus dará
Soprou as chamas do dragão do mar
Passava o dia ruminando poesia
Batendo cascos no calor dos mafuás
Bafo de bode perfumando a boemia
Levou no colo Iracema até o cais
Com luxo não! Chão de capim!
Nasceu muderna Fortaleza pro bichim
Pega na viola, diz um verso pra iô iô
O salvador! O salvador! (da pátria)
Ora meu patrão!
Vida de gado desse povo tão marcado
Não precisa de dotô
Quando clareou o resultado
Tava o bode ali sentado
Aclamado o vencedor
Nem berrar, berrou, sequer assumiu
Isso aqui iô iô é um pouquinho de Brasil
6- Mangueira (Morro da Mangueira, São Cristóvão)
Enredo: "História pra Ninar Gente Grande"
Carnavalesco: Leandro Vieira
Letra do samba:
(Compositores: Danilo Firmino / Deivid Domênico / Mamá / Márcio Bola / Ronie Oliveira / Tomaz Miranda)
Mangueira, tira a poeira dos porões
Ô, abre alas pros teus heróis de barracões
Dos Brasis que se faz um país de Lecis, jamelões
São verde e rosa, as multidões
Brasil, meu nego
Deixa eu te contar
A história que a história não conta
O avesso do mesmo lugar
Na luta é que a gente se encontra
Brasil, meu dengo
A Mangueira chegou
Com versos que o livro apagou
Desde 1500 tem mais invasão do que descobrimento
Tem sangue retinto pisado
Atrás do herói emoldurado
Mulheres, tamoios, mulatos
Eu quero um país que não está no retrato
Brasil, o teu nome é Dandara
E a tua cara é de cariri
Não veio do céu
Nem das mãos de Isabel
A liberdade é um dragão no mar de Aracati
Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês
7- Mocidade (Padre Miguel, Rio)
Enredo: "Eu Sou o Tempo, Tempo É Vida"
Carnavalesco: Alexandre Louzada
Letra do samba:
(Compositores: Cabeça Do Ajax / Diego Nicolau / Jefinho Rodrigues / Jonas Marques / Marquinho Índio / Orlando Ambrosio / Richard Valença / Roni Pit'sTop)
Senhor da razão, a luz que me guia
Nos trilhos da vida escolhi amar
Estrela maior, paixão que inebria
Eu conto o tempo pra te ver passar
Olha lá, menino tempo
Tenho tanto pra contar
Era eu, guri pequeno
Pés descalços, meu lugar
Quando um toco de verso (ôôô)
Semeou a poesia (ê láiá)
Eu colhi a flor da idade
Vi na minha Mocidade
O raiar de um novo dia
Baila no vento, deixa o tempo marcar
Nas viradas dessa vida
Vou seguir meu caminhar
Ah! Quem me dera o ponteiro voltar
E reencontrar o mestre na avenida
Desmedido coração
No contratempo dessa ilusão
Ora machuca, ora cura dor
Do meu destino, compositor
Tempo que faz a vida virar saudade
Guarda minha identidade
Independente relicário da memória
Padre Miguel, o teu guri já não caminha tão depressa
Mas nunca é tarde pra sonhar
Vamos lá, a hora é essa!
Leia mais sobre os desfiles de 2019! Reveja fotos, textos e análises de nossa equipe:
---
---
A TV Globo disponibiliza os desfiles na íntegra e de graça, na plataforma GloboPlay:
Comentarios