Na política e em todos os segmentos sociais, ela às vezes dá as cartas.
O exercício da mentira é antigo. Para quem crê, vem antes dos tempos da revolução no céu, quando o "capiroto" levou um pé no traseiro e caiu por terra, na companhia de seus seguidores imundos como ele. O tempo passou. O homem foi "inventado", talvez a maior dor de cabeça divina. Reinos foram erguidos e a sociedade "evoluiu".
Etimologia e perpetuação
De acordo com o ilustríssimo "Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa", mentira é uma palavra de gênero feminino e denota "ação ou efeito de mentir; engano, ludíbrio, hábito, costume ou vício de mentir; falsidade (...)". O vocábulo vem do latim "mentiri".
Não bastassem os milhares de anos, túnel do tempo adentro, a mentira se perpetuou sem sofrer um só arranhão. Não só faz parte das relações sociais como também é sistêmica.
Nas situações mais bizarras de nosso cotidiano, é ela quem sustenta o ganho de uns em detrimento de outros. Em vários momentos, é velada. Metaforicamente, vem em forma de brigadeiro com recheio de avelã. Muitos a digerem fácil. Nem percebem. Outros usam a armadura da hipocrisia para não sentir o amargor (do avelã podre) nem as consequências.
Objeto de estudo e rainha das maracutaias
Nas ciências sociais e humanas, a mentira ganhara muitas teorias sobre si, em estudos aprofundados. Incluem-se, aí, os mentirosos, também objetos de análise. Seria congênito? Adquirido? Fruto do meio? Psicopatia? Pense aí.
Na política, a verdinha, fruto da mentira e até então escondida em lugares inimagináveis, é descoberta. Na falácia, fica o dito pelo não feito, faça o que se diz, mas não faça o que se faz, e nada como uma boa câmera fotográfica ou de filmagem para desmistificar os ditos "mitos" e suas maracutaias. Com tua licença, um aplauso caloroso para a mídia jornalística.
Nas relações amorosas, o galante mentiroso, que não é criativo em sua lorota, usa a mesma conversa quando vai arquitetar a venda de ilusão com foco em machucar pessoas e destruir vidas. Nas amizades, há a desvalorização dos laços afetivos e da empatia. A mentira, travestida de oportunismo, norteia situações bizarras.
Vale a pena mentir?
O que devemos destacar é o seguinte: mentir é um péssimo negócio. O mentiroso é pego sempre no flagrante. Não consegue sustentar a farsa por muito tempo, por mais inteligente que seja. Quando a cortina de fumaça e enxofre cai, o mentiroso termina sem amigos, mal-amado e na mesma situação da personagem citada lá no primeiro parágrafo. Cai abismo abaixo, levando seus apoiadores e quem da mentira vive.
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